Se não houver mais nenhuma arma no mundo, os seres humanos se matarão com as próprias mãos. Pode esse aforismo até ser verdadeiro: o instinto assassino do ser humano sobreviverá à destruição das armas e à conquista definitiva da paz pela humanidade. No entanto, ao matar com as próprias mãos, o assassino deverá demonstrar o total desprezo pela vida, na forma do mais abjeto ato de coragem: a coragem de admitir para si mesmo a sua covardia extrema. Pois somente um ser humano que despreze a sua própria existência admitirá eliminar a existência de outro ser humano. E isso, o desprezo da vida, é um ato de coragem, enquanto tirar a vida de outro é um ato de covardia extrema. Superar esse instinto animal, o instinto de aniquilação como redenção, como pregam as religiões deístas, deverá consumir milhares de anos de evolução da raça humana. Mas será um acontecimento fundamental para que a vida adquira o valor supremo a substituir o perverso culto à morte que tem acompanhado a história humana, com suas batalhas torpes, seus assassinatos cruéis e seus suicídios covardes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
187 - PALAVRA FINAL: O ALÉM DO HOMEM
(Vincent van Gogh) Tenho plena consciência de que tudo quanto eu escrevi até agora constitui um rio caudaloso, uma pororoca, sobre a qual ...

-
(Kojo Marfo - The Chief And His Calabash) A condição natural do ser humano, apesar de todos os protestos que isso possa gerar, é o ateísm...
-
(Edvard Munch - Fertility II) A veemência com que critico o deísmo pode levar a interpretações errôneas: eu não odeio o deísmo e, principa...
-
(Pietr Bruegel - the_Elder - Children’s_Games) Já disse e repito: não há absolutamente nada para se colocar no lugar do deísmo. Ou seja, ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário