(Vincent van Gogh)
Tenho plena consciência de que tudo quanto eu escrevi até agora constitui um rio caudaloso, uma pororoca, sobre a qual você, leitor ou leitora, pode surfar ou, então, na qual você pode mergulhar e contemplar e, até mesmo, pescar os peixes que são arrastados por suas ondas, ou, ainda, naufragar para sempre e abandonar o grande rio que, um dia, chegará ao oceano e, embora sejam volumosas as águas desse rio, não conseguirá interferir, a não ser minimamente, na temperatura, na cor e no gosto da grande salmoura. Mas será apenas o começo. Outros rios hão de vir e despejar tantas águas que, numa alvorada qualquer, até o oceano se sentirá incomodado. Nesse dia, o obscurantismo começará a ser vencido e o ser humano que emergirá desse oceano de barbárie será, afinal, o além do homem.
FIM
4.10.2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário