quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

092 - O FUTURO COMEÇA AGORA

(Zdzisław Beksiński)

O desaparecimento de um planeta como o nosso, na ordem universal, não passaria de um acontecimento extremamente inexpressivo. Somente nós, que somos parte desse planeta, na nossa pequenez, é que nos achamos importantes. Se pudéssemos juntar toda a areia que há em nosso planeta numa só praia, a Terra seria menos que um minúsculo grão. Praticamente nada sabemos do Universo que nos cerca. E, possivelmente, nunca saberemos. Pensar sobre isso pode conter uma dose de pessimismo que muitos não devem tolerar, mas é a única forma de nos colocar frente ao problema de nosso próprio destino. Temos a capacidade de escolher o caminho. Isso é fato. Não é fato que façamos a escolha correta. Por isso, é preciso levantar vozes de alerta contra a destruição do ambiente em que vivemos, contra a corrida armamentista, contra o desenvolvimento brutal da capacidade de destruição que a humanidade vem acumulando. O pacifismo e os movimentos ecológicos não são criação da mente de poetas e sonhadores, de utópicos e covardes que, simplesmente não gostam de armas ou de guerras, ou que não desejam a exploração das riquezas da Terra, mas constituem, mesmo em suas formas mais exageradas de manifestação, um alerta precioso quanto ao mundo que queremos deixar para as gerações futuras, ou, até mesmo, se vamos deixar alguma coisa para as gerações futuras. E o futuro não se planta no futuro, tem que começar já, agora, no preciso momento em que estamos. Ações globais e planos nacionais de combate à poluição e à degradação do ambiente devem ser adotados por cada um dos indivíduos conscientes desse planeta. Caso contrário, não saberemos nunca o caminho da evolução da mente primitiva do ser humano, não teremos, na realidade, saído das cavernas, apenas construímos cavernas tecnologicamente mais avançadas, com luz elétrica, água corrente e ar condicionado. Mas cavernas, apenas cavernas.

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