(Francois Xavier Fabre - Mor d'Abel, 1791)
A construção do edifício deísta cristão e ocidental foi um longo processo de construção de um discurso. Somente discurso. O ser humano se deixa levar pelas palavras, mais do que pelos fatos. As únicas provas da existência dos deuses ocorreram no terreno da pseudo-lógica, através de argumentação complexa, em que o discurso substituiu e subverteu a lógica dos fatos e, tirando a comprovação do terreno da ciência ou, pelo menos, do experimentalismo, para o transcendente, obteve uma das mais fantásticas elucubrações humanas. Esse majestoso edifício contou com a base filosófica grega: Sócrates, Platão, Aristóteles e todos os construtores de transcendência. Mais tarde, a sagacidade de Tomás de Aquino obliterou de vez o pensamento racional, levando o cristianismo, a principal seita ocidental, aos caminhos da fé cega, da crença absoluta. Para isso, contou, é claro, com as próprias necessidades humanas de superar suas dores, suas decepções e, acima de tudo, com a vontade humana, demasiado humana, de imortalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário