sábado, 7 de agosto de 2021

055 - MÁQUINA FANTÁSTICA: O CÉREBRO HUMANO

  

(Josef Thorak (1889-1952): Buste de Friedrich Nietzsche - 1944)


Nenhum deus substitui a grandeza do ser humano. No entanto, essa grandeza refere-se muito mais à capacidade humana de criar, raciocinar e modificar a natureza do que, propriamente, à sua história. Há ainda muito do animal predador no inconsciente humano. Matar ainda é algo normal, para a humanidade. As crenças deístas apenas acentuam esse lado monstruoso do ser humano e fazem que ele desculpe seus atos com a vida após a morte ou o perdão de um deus carniceiro. A história humana está repleta de massacres e mortes inúteis, o que torna essa trajetória uma estrada sangrenta de assassínios e violência. E esse morticínio não tende a ter um fim, no curto prazo. Há um longo caminho a ser percorrido, antes que, finalmente liberto das influências deístas, a humanidade possa tomar consciência do valor real da vida. E do corpo, onde reside a máquina mais fantástica da natureza: o cérebro humano. Essa maravilha, cujos mistérios ainda vamos levar anos para desvendar, constitui o que de mais precioso existe em todo o universo conhecido. Preservar essa máquina e entendê-la será, juntamente com a genética, o passo mais formidável da ciência humana, capaz de colocar o ser humano em patamares científicos jamais imaginados. A ciência desenvolvida a partir desse conhecimento poderá gerar não apenas tecnologias avançadas que permitirão à humanidade domar novos patamares das forças da natureza, mas, principalmente, levá-la a repensar o conceito de existência, através de respostas a perguntas que a atormentam desde sempre: de onde viemos, o que somos e para onde vamos. E, então, o caminho para libertar-se das superstições deístas estará devidamente pavimentado à sua frente.

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