Esse “espírito cristão” traz, encravados em seu bojo, mil formas de superstições que os cristãos cultivam. Como é uma seita que se diz voltada para os “humildes” e para os “fracos”, o conceito de perdão torna míopes todos aqueles que a professam, num jogo de forças hipócrita e contra a humanidade. Hipócrita, porque os cristãos foram historicamente excludentes, temendo ou odiando tudo aquilo que fosse diferente deles. Haja vista os negros e índios, declarados seres sem alma, para que espanhóis e portugueses, os primeiros conquistadores da América, pudessem escravizá-los, subjugá-los e exterminá-los. É contra a humanidade porque privilegia não a vida, mas a morte, o além-túmulo. Isso torna o cristão um ser que vive para morrer ou para o sacrifício, como o seu fundador. A visão de mundo do verdadeiro cristão é sempre pessimista em relação à vida, ao encarar o mundo como um “vale de lágrimas”, lugar de passagem, estrada para um mundo melhor, após a morte. O cristianismo é, pois, responsável, por uma das mais cruéis formas de superstição que assola o ser humano no ocidente: a crença na imortalidade da alma e na ressurreição dos mortos. Em cima dessa superstição, desenvolveu-se todo um clima de apocalipse, de fim de mundo, de que se aproveitam, hoje, mil outras seitas subsidiárias para vender a salvação e explorar o rico filão dos temores humanos. Espertalhões de plantão faturam alto em cima de atentados terroristas, como o ocorrido nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2002, quando dois aviões foram jogados contra os dois maiores edifícios de Nova Iorque e mataram quase três mil pessoas. Jogando com a imaginação de fiéis embrutecidos pela fé, sem capacidade de raciocínio lógico, pregam o fim próximo do mundo e, com isso, conseguem vender milhões de dólares em livros e outras bugigangas, além, é claro, do faturamento nas pequenas igrejas que se encontram em cada esquina, prontas para dar o perdão e a salvação àqueles que contribuírem com seus parcos recursos para encher os bolsos de pregadores inescrupulosos.
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