segunda-feira, 14 de junho de 2021

018 - BANALIZAÇÃO DA VIDA

(Artemisia Gentileschi)



O cristianismo inventou um tipo de gente que se pode categorizar como “os pobres de espírito”, que acreditam fundamentalmente na vida além da morte e na recompensa por suas orações e arrependimentos. Isso tem tido uma influência muito profunda em todos os aspectos da vida humana. Por exemplo: na Justiça. Principalmente na Justiça brasileira, embora deva ocorrer também em outros países. Sob a premissa de que todo criminoso merece uma segunda oportunidade, as leis se tornam tíbias e inoperantes. A ideia de que a vida humana na terra é passageira e de que a verdadeira vida ocorrerá após a morte faz que o assassínio se torne um crime comum, com punições ridículas. Sou absolutamente contra a pena de morte: um crime não pode justificar outro. No entanto, não concordo com o abrandamento da pena por crime de morte. Se matou, deve ficar na cadeia por muito tempo, independente do motivo. Não pode haver atenuantes para esse tipo de crime. Tampouco, redução de pena. Deve haver, sim, agravantes que levem o assassino a cumprir, até mesmo, prisão perpétua. O perdão cristão para o crime de morte tem banalizado a vida e contribuído para o agravamento da violência.

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