domingo, 14 de agosto de 2022

173 - IGUALDADE DE SEXOS

 

(Edward Munch - Adam and Eve - 1918)

Homem e mulher: a dicotomia natural dos sexos. A forma que a natureza desenvolveu para preservação da espécie humana. Diferentes, não opostos. Complementares. Que a estupidez de filosofias excludentes e obscurantistas transformaram em opostos. A aparente inferioridade física da fêmea, aliada a essas filosofias criacionistas de poder ou de divisão de poder entre deuses e deusas, trouxe ao macho a impressão de que era superior e, portanto, podia impor-se à fêmea, como forma de reproduzir na natureza a estupidez do olimpo. Não há motivos para que haja superioridade de um sexo sobre o outro. Isso é coisa de culturas arcaicas e pensamentos primitivos de dominação. Serviu e ainda serve para estabelecer injustiças, em nome de seitas que apregoam a superioridade do macho porque o seu deus também é macho. Macho e dominador. Então, o homem, estúpido e estupidificado por falácias, oprime a mulher, considerando-a mero objeto de seu desejo e de sua vontade, ignorando que o legado genético da humanidade passa por ambos os sexos. Não há que se discutir superioridade sexual, entre humanos. Também não há que se exaltar um dos sexos, seja o masculino, seja o feminino. As diferenças entre ambos existem para se complementarem, não para se oporem. Ressaltá-las ou escondê-las só servem para acirrar ânimos idiotas de tentativa de comprovação de superioridade de um sobre o outro. O que se deve fazer é conhecer essas diferenças para saber lidar com elas. O macho não é superior à fêmea, nem a fêmea é superior ao macho, isso é um preceito que precisa retornar à consciência do ser humano, para que a humanidade não continue cometendo injustiças inolvidáveis de um sexo sobre o outro. Há muitos séculos de desigualdade para que a situação da mulher atinja o nível desejado de ausência de discriminação. As conquistas femininas de superação da desigualdade devem tornar-se ponto de honra para superação da barbárie. Porque todo ato de violência de um sexo contra o outro se constitui num gesto de barbárie e é preciso ser apresentado ao público como opróbrio e precisa ser punido sistematicamente até ser definitivamente rejeitado por todos. Os exemplos deístas de inferioridade da mulher, a começar pelo mito da criação, quando a primeira mulher desobedece ao criador e torna-se culpada pela queda do homem, precisam ser destruídos da mente humana como mitos tremendamente perversos e estúpidos. Todas as civilizações têm repetido esse mito abominável, de uma forma ou de outra, contribuindo para o sentimento de superioridade do macho humano e fazendo que esse sentimento se transforme em mil maneiras de humilhação e de violência contra a mulher. Repudiar tais mitos também se torna ponto de honra para a superação da barbárie.

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