segunda-feira, 6 de junho de 2022

150 - SALVAR A CASA EM QUE MORAMOS

 

(Planeta Terra, um ponto azul perdido no espaço)

De platônicas lembranças se nutre o pensamento humano, a iludir-se na criação de teogonias inúteis, de cosmogonias absurdas, longe a ideia do racionalismo puro que deve abrigar, não a ilusão da essência do mundo, mas a verdadeira visão da natureza na qual nos inserimos como parte integrante de uma cadeia de vida muito mais bela e rica do que aquela criada pela imaginação fértil da metafísica e da crença em deuses primordiais e vingadores. Livre o pensamento humano de tais incompreensões do mundo, vingariam ideias mais realistas de defesa do ambiente em que vivemos, de respeito à natureza e de visão do futuro do ser humano. Não estaríamos a depredar de forma consistente e permanente o mundo que nos acolhe, se tivéssemos o senso comum de sobrevivência não da entidade humanidade, mas da espécie humana, como elo da cadeia da vida, esta, sim, o valor supremo da natureza. Defender de si mesmo a casa onde habita, a missão dos seres humanos do século vinte e um. Se se desfizer da estúpida noção de eternidade. O planeta Terra, na ordem geral do universo, pode ser, pelo menos na compreensão que atualmente temos de sua grandeza, uma gema única em milhões de anos luz. Se permitirmos que seu ambiente se degrade a ponto de inviabilizar a vida, não haverá futuro para a humanidade. A poluição humana pode e deve ser controlada, para além de quaisquer jogos políticos de poder e dominação.

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