domingo, 20 de março de 2022

127 - O PODER DOS CIDADÃOS

 

(Renato Guttuso’s Neighbourhood Rally, 1975)



Para que a sociedade utópica, descrita o item 126, funcione, não é preciso que existam políticos ou partidos políticos, mas que haja mecanismos de participação dos cidadãos em forma de conselhos que comecem com células de representação e escolha de representantes, num sistema piramidal de debates que cheguem até aos órgãos máximos do poder. Assim, grupos de cidadãos de um quarteirão ou de uma agrupamento rural escolhem um número proporcional de representantes, que se reúnem em assembleias regionais que escolhem outros tantos representantes, que se reúnem em assembleias estaduais que também escolhem outros tantos representantes, até chegar à assembleia máxima, que irá escolher os candidatos aos cargos executivos em número proporcional às diversas correntes e tendências de pensamento apresentadas na assembleia máxima, para escolha direta do povo. Assim que eleito o dirigente máximo, seja de uma região administrativa, seja do país, as assembleias ou câmaras serão formadas com os membros anteriormente escolhidos pelo povo, dando-se, sempre, à corrente vencedora, a maioria, em prol da governabilidade. E aqueles que formarem o governo não poderão ser reeleitos para um novo mandato, em prol da renovação constante e da participação direta do povo, além de ser um mecanismo de proteção contra a profissionalização de políticos que constituam uma classe à parte da sociedade.

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