segunda-feira, 18 de outubro de 2021

078 - CAMINHO PARA A PAZ


(Diego Rivera - the liberated earth with the-powers of nature controlled by man-1926-1927)


O caminho para a paz será longo e tenebroso. Muitas guerras e morticínios, muitas revoluções e genocídios pavimentarão a estrada para um mundo melhor. Há e continuará havendo muito fascismo e muito nazismo na trajetória da humanidade, muito preconceito e ideias de exclusão, antes que se alcance um patamar de evolução que se permita dizer que a barbárie começou a ser vencida. O ser humano mata por prazer de matar. A cultura da morte está arraigada no inconsciente humano. Enquanto essa cultura não for desmontada, a barbárie não será vencida. Pensa-se que o pacifismo é coisa de maricas, de fracos, mas é justamente o oposto. O pacifismo é a grande saída para a humanidade e só pode ser defendido por indivíduos realmente fortes, por humanos que confiam em si e na possibilidade de, um dia, o ser humano deixar de ser estúpido e aprender que a paz é a única saída. Os trogloditas de plantão, guerreiros por natureza, escondem-se em todos os cantos da política e da sociedade. São eles os primeiros em quase tudo, por seu instinto de vencer a qualquer custo. Acabam conquistando as mentes mais fracas que os elegem para cargos importantes e, até mesmo, para presidir nações poderosas. Estava lá, na presidência dos Estados Unidos, o senhor George W. Bush, um dos mais ilustres representantes dos trogloditas. Esteve lá, brandindo o seu tacape contra tudo e contra todos. E assim o mundo caminha, para a desgraça, para dias de sangue e dor. Os fascistas e nazistas também estão esperando sua vez. Talvez ainda deem muito trabalho. Porque sabem iludir, sabem argumentar e são fortes, daquela força bruta característica dos trogloditas, que atraem multidões infantilizadas em busca da proteção num pseudo-pai, num falso líder que promete exatamente o que o populacho quer ouvir, mas nunca cumprem o que prometeram, porque nutrem um profundo desprezo pelo povo. São incapazes de entender sutilezas, porque seu raciocínio primário está dominado pela ideia da força bruta. Podem, até, mostrar-se sensíveis a apelos ou a aspectos menos duros da vida, mas isso apenas como máscara para atingir seus objetivos sanguinários. Acreditam que proteção se obtém com o uso da maior força possível. São aqueles indivíduos que prometem uma guerra para acabar com as guerras, que prometem a mãe de todas as bombas para acabar com todas as bombas, e acabam por provocar uma escalada de violência sem fim. Atacam outras nações com a desculpa da defesa. Burlam as leis ou fazem aprovar leis que beneficiem suas ideias apenas para provar que são mais capazes de matar do que qualquer antecessor. Praticam a corrida histórica de matança em nome da paz e ainda se julgam injustiçados. A humanidade ainda vai conviver muito tempo com esse tipo de gente. Porque há ainda muitos que pensam como eles. Que têm, na boca, o gosto de sangue. Adoram as armas, porque as armas representam a força de um complexo de fraqueza que se esconde em suas entranhas. Acham que todos os outros são seus semelhantes na estupidez de usar uma arma para se defender, incutindo de forma sutil na cabeça dos cidadãos que há um inimigo em cada esquina. São paupérrimos de inteligência e de sensibilidade e só pensam em si mesmos. Temos, nesses anos de sombra, em nosso país – de 2019 a 2022 – um indivíduo assim na presidência. Seu pensamento é tosco e suas ideias, nebulosas. Não tem empatia por ninguém. Ainda bem que seu poder se restringe a uma nação que tem um exército pífio e suas ideias nazifascistas ficam confinadas a seus poucos atuais seguidores. Se não fosse isso, se estivesse à frente de uma nação poderosa, o mundo teria muito a temer. A superação da barbárie passa, necessariamente, pelo convencimento da população de todos os países de que não podem continuar escolhendo para governá-los indivíduos que não tenham compromisso com a paz, indivíduos que acham que tudo se resolve com a força bruta. Mas será preciso um longo período de tempo para que joguemos no lixo da história as ideias e as concepções de mundo de governantes guerreiros e de guerreiros governantes. O combate da violência com a violência deverá ser superado, em algum momento. Quando a humanidade perceber que vivemos todos num planeta e somos todos – os seres humanos – uma só raça que pode ser extinta se não cuidarmos uns dos outros e não cuidarmos da casa onde moramos. Quando a humanidade perceber que, extinta a humanidade, pela nossa incúria e estupidez, nossa desunião e não preocupação com o meio ambiente e com nossas carnificinas, a Terra sobreviverá e continuará girando em torno do Sol por milhões e milhões de anos, regenerando-se de suas feridas até criar – quem sabe? – uma nova espécie de humanos, para um novo ciclo de vida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

187 - PALAVRA FINAL: O ALÉM DO HOMEM

  (Vincent van Gogh) Tenho plena consciência de que tudo quanto eu escrevi até agora constitui um rio caudaloso, uma pororoca, sobre a qual ...