A minha crítica ao cristianismo, fonte de todas as superstições, embora reconheça alguns princípios éticos em tal doutrina, não pode deixar de ser contundente, porque, se colocarmos na balança o bem que possa ter trazido aos homens e as bobagens que tal crença perpetua na mente das pessoas, sendo um dos fatores da ignorância e da barbárie dos seres humanos, veremos que a última tem um peso infinitamente maior. Não consigo imaginar um mundo sem a doutrina deísta e, principalmente, sem o cristianismo, porque essa praga tem sobre a humanidade um poder imenso, depois de milhares de anos de implantação, como uma lavagem cerebral coletiva, sem nenhuma oportunidade para o racionalismo. Mas tenho a absoluta certeza de que o o ser humano encontraria outros princípios éticos para pautar a sua vida e esses seriam muito mais higiênicos, em termos de respeito à vida e ao próprio ser humano. O ser humano não precisa de nenhum deus. Ele é dono de seu próprio destino e tem, a seu favor, a inteligência e, com ela, pôde criar obras tão magníficas como a ciência, a filosofia, as artes, sem precisar buscar em um deus qualquer a inspiração para criá-las. Deus é apenas uma desculpa para fraquezas que criamos para nós mesmos. E deus é uma desculpa para muitas ações sórdidas que cometemos contra nós mesmos. Quando o ser humano se conscientizar de que ele é o deus que criou e deixar de se esconder atrás dessa entidade para desculpar seus crimes e a estupidez que são guerras, assassinatos, ódios e estranhamentos por diferença de cultura, de usos e costumes, terá, então, compreendido que dedicar-se a melhorar as condições de vida do planeta onde mora e a melhorar as condições de sobrevivência de todos os povos nesse planeta é a missão mais importante de sua vida, a mais nobre de todas, pois implica preservar-se e preservar a vida que existe nesta casca de noz e que, quase com certeza, daqui poderá espalhar-se por todo o universo. Não sabemos e provavelmente não saberemos nunca se estamos sós nesse universo. Mas garantir a vida, aqui, e espalhá-la por onde for possível é garantir a própria existência desse universo, pelo menos enquanto conceito de vida e diversidade.
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