terça-feira, 22 de junho de 2021

025 - EVOLUÇÃO DO SER HUMANO

 (Cardeal Rodrigo de Borja - Papa-Alexandre-VI-1492-1503)



Se Nietzsche sonhava com um papa – César Bórgia – que pudesse eliminar o cristianismo, eu sonho com o dia em que a humanidade deixará de acreditar em deuses, para se libertar, definitivamente, de superstições e evoluir para um tipo melhor de ser humano. O sonho não é impossível, só não sei como ele vai se realizar. O ser humano pode evoluir em termos orgânicos e seu cérebro não acompanhar. Mas, provavelmente, não será isso o que vai ocorrer. Ambos deverão evoluir. E quando isso acontecer, o que provocará mudanças profundas, embora lentas, em seu comportamento, é mais do que provável supor que novos conceitos e princípios e a crença na sua capacidade, não de criar mitos, mas de superar obstáculos, farão que ele se integre realmente na natureza e compreenda que ele é e será sempre um ser em evolução, um ser que depende dessa interrelação com as forças naturais para sobreviver. Compreenderá que não pode destruir a natureza, mas também não pode impedir que ela siga o seu curso. Pode, até, intervir para que a natureza acelere processos ou tome rumos menos cruéis, mas o fará sob o comando de uma ética de respeito e de conhecimento científico suficientes para saber o que realmente está fazendo, sem receios supersticiosos ou influência de crenças absurdas.

A visão mágica da vida, responsável por tantas e tantas superstições, deverá, então, desaparecer da face da terra, mas isso não implicará uma vida menos rica em termos de imaginação e criatividade. Pelo contrário, livre das idiotices que resultam da ignorância, o cérebro humano poderá processar com muito mais clareza os aspectos mais interessantes e muito mais criativos daquilo que se pode chamar de “milagre da vida”, ou seja, a própria vida se manifestará como o maior bem que existe, em toda a sua plenitude.


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