domingo, 31 de outubro de 2021

082 - FILOSOFIA DO RESPEITO

 

(Gustav Klimt)



Não gostaria de falar sobre os abusos cometidos contra as mulheres por culturas que ainda estão subjugadas por conceitos obtusos de poder e de demonização da mulher, mantendo hábitos tão bárbaros quanto a deformação genital praticada sob inspiração religiosa e cultural por certas etnias orientais e africanas. Esse tipo de ato, por mais estúpido que seja e, portanto, merecedor de todo o nosso repúdio, representa, infelizmente, apenas uma ponta do grande iceberg de violência e agressões que a irracionalidade humana tem cometido contra o próprio ser humano em toda a sua história. A mulher tem sido um elo fraco nessa corrente de violência. Mas, não é a única. O prazer sádico de subjugar, de torturar e matar tem sido uma constante em todas as civilizações. E esse traço bárbaro da índole humana dirige-se contra tudo e contra todos que se inferiorizam ou são inferiorizados pela brutalidade ou, ainda, contra todos que se interponham à sede de poder de certos grupos e indivíduos que se acham superiores aos demais. Desse traço bárbaro da índole humana, não escapam os mais fracos, sejam homens, mulheres, crianças ou jovens: todos acabam por sofrer nas garras dos mais poderosos, quando se desumanizam a ponto de não respeitarem mais a vida humana. Contra esse tipo de gente, contra esse tipo de atitude, é que é necessário acordar as consciências e dizer um basta. Mas, para isso, ainda há um caminho muito longo a percorrer. Um caminho que passa por obstáculos como superar conceitos arraigados à mente humana, como a metafísica (e toda a consequente série de filosofias que pregam a estupidez do espiritualismo) e a cultura da morte. Quando isso acontecer, os olhos dos homens e mulheres desse possível e desejado futuro poderão se voltar para o passado e compreender quão difícil terá sido a escalada da humanidade em busca de um racionalismo que tenha por princípio o respeito – do ser humano para consigo mesmo e do ser humano para com o ambiente em que vive.


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